A conjuntura ambiental em Bom
Jesus do Itabapoana é tão grave, que chegamos a perplexidade de indagarmos qual
cenário é mais agressivo ao Rio Itabapoana, se é durante as longas estiagens
que estamos vivendo ou se é com a chegada das fortes chuvas de temporada
quente.
A indagação se encontra no
grave processo de sedimentação do solo existente em todos os pontos e regiões
do município, até a região serrana que ainda conta com diversas reservas de
Mata Atlântica, lá a situação é gravíssima, principalmente nas margens da
rodovia RJ 230, onde em que a maioria do trajeto até Rosal se margeia com o
Itabapoana.
A cada temporal que desaba em
Bom Jesus do Itabapoana, toneladas de terra são jogadas no leito do Itabapoana,
seja na zona rural ou no perímetro urbano, os problemas se apresentam com uma
gravidade alarmante, muito também fruto do surgimento de diversos loteamentos residenciais
sem a menor infraestrutura necessária.
Uma importante reportagem
veicula no Portal ABC Capixaba, a qual noticia com todo júbilo que merece no
fato da secretaria de meio ambiente de Bom Jesus do Norte, sem dúvidas que se
trata de uma das melhores notícias de nosso contexto ambiental, a entrada do
Instituto Federal Fluminense em um projeto de reflorestamento de nascentes.
Enquanto isso, o departamento
de meio ambiente de Bom Jesus do Itabapoana está indo até Apiacá apenas para figurar
nas reportagens da reunião do consórcio capixaba de recuperação da bacia do
Itabapoana.
Como não se deve esperar
absolutamente nada de produtivo por parte do “Tiririca-da-Serrinha” e seu “Imundo-Mamagé”
do meio ambiente, deixo minha humilde sugestão para começarmos s nortear a
recuperação ambiental na defesa do Itabapoana.
A proposta consiste na
formação de um Conselho Técnico Tripartite de recuperação do Rio Itabapoana, constituído
pelo IFF, pela CAVIL e pela EMATER-RJ, com um corpo técnico que essas três instituições
contam, com o acesso aos produtores rurais estabelecidos pela EMATER e pela
CAVIL e com a parte de recuperação ambiental a cargo técnico, logístico e operacional
por conta do IFF.
O papel do IFF será um pouco
mais abrangente ao estabelecido na parceria com a prefeitura de Bom Jesus do
Norte, com o corpo técnico acadêmico e os alunos/estagiários coordenando e
conduzindo o processo de formação de mudas, estudos e levantamentos das áreas a
serem recuperadas, incluindo nessas o reflorestamento nos topos de morros e
matas ciliares, além da proteção das nascentes.
Caberá a CAVIL e a EMATER o
papel de articulação e convencimento junto aos proprietários rurais sobre a
necessidade de se reflorestar suas propriedades, cada uma com sua necessidade,
topo de morros, margens do rio e proteção de nascentes, são essas duas
instituições que tem contato direto e a confiança dos proprietários, que a
reboque da proposta de ceder parte de suas propriedades para os
reflorestamento, os mesmos apresentarão contrapartidas em forma de apoio
técnico para desenvolver tecnologias agrícolas que tornem as propriedades mais
produtivas, mesmo depois de reduzirem suas áreas de exploração.
Além dessas três instituições
acima citadas, também poderia entrar neste consórcio ambiental o Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, que tem um considerável alcance em quase uma centena de
pequenos produtores, inclusive para auxiliar na tramitação burocrática das
escrituras das propriedades, para que as mesmas se adequem ao CAR e se
beneficiam dos incentivos ambientais que o mesmo oferece.
Mais uma vez ressalto sobre a
gravidade desta conjuntura ambiental que vivemos, sem dúvidas que existem
tantas outras demandas de mesmo potencial prioritário, porém essas dependem
única a exclusivamente das ações do omisso e inoperante poder público, já a sugestão
acima elencada, pode ser posta em prática sem a necessidade de interferência
oportunista dos irresponsáveis do poder.
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