domingo, 25 de outubro de 2015

Um inusitado e inaceitável impasse do Itabapoana

A conjuntura ambiental em Bom Jesus do Itabapoana é tão grave, que chegamos a perplexidade de indagarmos qual cenário é mais agressivo ao Rio Itabapoana, se é durante as longas estiagens que estamos vivendo ou se é com a chegada das fortes chuvas de temporada quente.

A indagação se encontra no grave processo de sedimentação do solo existente em todos os pontos e regiões do município, até a região serrana que ainda conta com diversas reservas de Mata Atlântica, lá a situação é gravíssima, principalmente nas margens da rodovia RJ 230, onde em que a maioria do trajeto até Rosal se margeia com o Itabapoana.

A cada temporal que desaba em Bom Jesus do Itabapoana, toneladas de terra são jogadas no leito do Itabapoana, seja na zona rural ou no perímetro urbano, os problemas se apresentam com uma gravidade alarmante, muito também fruto do surgimento de diversos loteamentos residenciais sem a menor infraestrutura necessária.

Uma importante reportagem veicula no Portal ABC Capixaba, a qual noticia com todo júbilo que merece no fato da secretaria de meio ambiente de Bom Jesus do Norte, sem dúvidas que se trata de uma das melhores notícias de nosso contexto ambiental, a entrada do Instituto Federal Fluminense em um projeto de reflorestamento de nascentes.

Enquanto isso, o departamento de meio ambiente de Bom Jesus do Itabapoana está indo até Apiacá apenas para figurar nas reportagens da reunião do consórcio capixaba de recuperação da bacia do Itabapoana.

Como não se deve esperar absolutamente nada de produtivo por parte do “Tiririca-da-Serrinha” e seu “Imundo-Mamagé” do meio ambiente, deixo minha humilde sugestão para começarmos s nortear a recuperação ambiental na defesa do Itabapoana.

A proposta consiste na formação de um Conselho Técnico Tripartite de recuperação do Rio Itabapoana, constituído pelo IFF, pela CAVIL e pela EMATER-RJ, com um corpo técnico que essas três instituições contam, com o acesso aos produtores rurais estabelecidos pela EMATER e pela CAVIL e com a parte de recuperação ambiental a cargo técnico, logístico e operacional por conta do IFF.



O papel do IFF será um pouco mais abrangente ao estabelecido na parceria com a prefeitura de Bom Jesus do Norte, com o corpo técnico acadêmico e os alunos/estagiários coordenando e conduzindo o processo de formação de mudas, estudos e levantamentos das áreas a serem recuperadas, incluindo nessas o reflorestamento nos topos de morros e matas ciliares, além da proteção das nascentes.

Caberá a CAVIL e a EMATER o papel de articulação e convencimento junto aos proprietários rurais sobre a necessidade de se reflorestar suas propriedades, cada uma com sua necessidade, topo de morros, margens do rio e proteção de nascentes, são essas duas instituições que tem contato direto e a confiança dos proprietários, que a reboque da proposta de ceder parte de suas propriedades para os reflorestamento, os mesmos apresentarão contrapartidas em forma de apoio técnico para desenvolver tecnologias agrícolas que tornem as propriedades mais produtivas, mesmo depois de reduzirem suas áreas de exploração.

Além dessas três instituições acima citadas, também poderia entrar neste consórcio ambiental o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que tem um considerável alcance em quase uma centena de pequenos produtores, inclusive para auxiliar na tramitação burocrática das escrituras das propriedades, para que as mesmas se adequem ao CAR e se beneficiam dos incentivos ambientais que o mesmo oferece.

Mais uma vez ressalto sobre a gravidade desta conjuntura ambiental que vivemos, sem dúvidas que existem tantas outras demandas de mesmo potencial prioritário, porém essas dependem única a exclusivamente das ações do omisso e inoperante poder público, já a sugestão acima elencada, pode ser posta em prática sem a necessidade de interferência oportunista dos irresponsáveis do poder.

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